Mato Grosso do Sul deve enfrentar altas temperaturas nos próximos dias, com máximas que podem chegar a 43°C. A informação é do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima).
Essas temperaturas elevadas são causadas por conta de um bloqueio atmosférico aliado ao El Niño – fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial, que favorece uma intensa onda de calor.
Com esse bloqueio, o Estado pode enfrentar a maior temperatura do ano. Até o momento, a temperatura mais elevada foi registrada na região Norte de Mato Grosso do Sul, em Pedro Gomes, com 40,7°C, no dia 17 de setembro de 2023. Na mesma data, Água Clara e Porto Murtinho registraram, respectivamente, 40,6°C e 40,3°C.
Aliado à previsão de altas temperaturas, esperam-se ainda baixos valores de umidade relativa do ar, que podem variar entre 10% e 20%, com destaque nas regiões Pantaneira, Sudoeste e Norte do Estado.
Segundo o médico e responsável clínico pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), Alexandre Moretti de Lima, a baixa umidade relativa do ar acarreta riscos à saúde e pode resultar, principalmente, em doenças respiratórias e virais.
“Isso impacta nas doenças respiratórias, como rinite, sinusite e, às vezes, até pneumonia. É um grande risco para a saúde, principalmente para a saúde respiratória. Além disso, também aumenta a chance de doenças virais. Os vírus predominam nessa situação”.
Além dos impactos causados pelos baixos índices de umidade do ar, as altas temperaturas ainda somam perigos para a saúde como um todo. “Ela vai gerar um risco de maior insolação, queimadura aguda e desidratação, principalmente na pele. Quando a gente perde líquido, perde também eletrólitos e corre o risco de sofrer arritmia cardíaca, alteração da condição cardíaca e morte”.
Cuidados a serem tomados
Entre as recomendações para lidar com a onda de calor em Mato Grosso do Sul, o Cemtec orienta beber bastante líquido e evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia. Além disso, o médico Alexandre Moretti destaca que todo excesso deve ser evitado, seja ele de calor ou de frio.
“Como a gente não consegue mudar a natureza, devemos evitar sair durante esses períodos, evitar os picos de altas temperaturas e exercícios extenuantes, assim como buscar sombras, tomar bastante líquido, usar roupas leves e ficar sempre em lugares frescos e ventilados”.
Para driblar os baixos índices de umidade do ar e as doenças respiratórias em meio às ondas de calor, o médico indica manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar ou baldes de água. Banhos demorados e muito quentes também devem ser evitados, visto que a pele também tende a ficar mais seca e desidratada.
Heloisa Duim, do Programa de Estágio Supervisionado
Fotos: Álvaro Rezende (capa) e Bruno Rezende (interna)
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