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Popular entre jovens, cigarro eletrônico é novo desafio para saúde pública de MS

“Tabagismo é doença pediátrica”. A frase, dita durante o Workshop Estadual sobre Comércio Ilícito de Produtos Fumígenos e seus Malefícios à Saúde, realizado nesta terça-feira (25), revela a gravidade do problema que atinge especialmente os mais jovens. O evento, que enfatizou os perigos dos cigarros eletrônicos, como “vapes” e “pods”, destacou como esses dispositivos estão se tornando a principal porta de entrada para o tabagismo entre adolescentes.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica o tabagismo como uma doença pediátrica, já que a maioria dos fumantes desenvolve dependência antes dos 19 anos. Dentro desse contexto, a psicóloga Vera Lúcia Borges, representante do Inca (Instituto Nacional de Câncer), alerta que os dispositivos eletrônicos estão reconfigurando o mercado do tabaco ao atrair o público jovem com aromas, sabores e designs variados.

“Está sendo criada uma nova população de fumantes, que vai adoecer precocemente e, como consequência, terá uma qualidade de vida muito ruim. Isso é impulsionado pela ideia equivocada de que estão consumindo um produto cheiroso e com menos substâncias nocivas à saúde, o que não é verdade”, explica Vera.

Vera Lúcia alerta que os dispositivos eletrônicos têm reconfigurado o mercado do tabaco, ao atrair o público jovem com aromas, sabores e designs diferentes.
É importante relembrar que os dispositivos eletrônicos não são menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais. Apesar de não conterem tabaco, eles têm outras substâncias prejudiciais à saúde, como acetona, acroleína, formaldeído, aldeído e nicotina. Além disso, apresentam riscos como explosões de bateria.

Durante sua fala, Vera apontou que o tabagismo, incluindo o uso desses dispositivos, é um dos principais fatores de risco para diversos tipos de câncer. Dados do Inca revelam que, entre 2023 e 2025, devem surgir anualmente 704 mil novos casos de câncer no Brasil, muitos deles relacionados ao consumo de tabaco.

Durante sua fala, Vera apontou que o tabagismo, incluindo o uso desses dispositivos, é um dos principais fatores de risco para diversos tipos de câncer. Dados do Inca revelam que, entre 2023 e 2025, devem surgir anualmente 704 mil novos casos de câncer no Brasil, muitos deles relacionados ao consumo de tabaco.

Combate em conjunto – Em MS, diversos órgãos atuam na fiscalização e coibição da venda de cigarros eletrônicos. O Procon-MS é um desses órgãos, que trabalha em parceria com a Vigilância Sanitária e a Decon (Delegacia de Repressão aos Crimes de Relação de Consumo).

Durante as ações de fiscalização, a fiscal do Procon-MS, Ana Cecília Duncan, aponta que a situação é ainda mais grave porque os cigarros eletrônicos estão chegando às escolas.

“Não são apenas adolescentes do ensino médio; temos encontrado crianças do ensino fundamental usando esses dispositivos. Esses jovens, quando adultos, terão sua saúde seriamente comprometida, o que pode colapsar nosso sistema de saúde no futuro”, alertou Ana Cecília.

Diante desse cenário, o Projeto Sustentabilidade no Programa Nacional de Controle do Tabagismo tem atuado em Mato Grosso do Sul desde o início deste ano. O projeto busca identificar vulnerabilidades, implementar melhorias e integrar profissionais de saúde e educação para desenvolver estratégias eficazes de combate ao tabagismo. A cidade de Ponta Porã foi uma das localidades analisadas no primeiro estudo em MS.

“Estamos trabalhando para engajar diversos parceiros e potencializar as ações de controle. Os avanços que tivemos aqui no estado mostram como é possível atuar de forma integrada, sempre visando saúde e qualidade de vida”, concluiu Vera.

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