Mato Grosso do Sul que produz atualmente cerca de 7 milhões de toneladas de minério deverá dobrar sua produção nos próximos anos, chegando a 14 milhões de toneladas.
A exploração mineral é uma atividade importante para a economia do estado de Mato Grosso do Sul. A mineração de minério de ferro e manganês gera empregos e movimenta a economia local. No ano passado, somente de CFEM (Compensação Financeira da Exploração de Recursos Naturais) o Estado arrecadou R$ 83.107.364,36 pago por 162 empresas que estão operando no Estado.
Uma das empresas que deve puxar este incremento na produção neste ano é a MCR, pertencente ao Grupo J&F, que recebeu autorização do Ibama para extrair minério de ferro em Corumbá. A empresa obteve a Licença Ambiental para a exploração das minas de Santa Cruz e Urucum, que juntas somam uma produção autorizada de 9 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e 1 milhão de toneladas por ano de manganês.
De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da empresa mineradora, engenheiro ambiental Rodrigo Dutra, a obtenção das licenças é uma conquista importante para a empresa e para o setor de mineração do estado de Mato Grosso do Sul. “Estamos muito satisfeitos com a obtenção das licenças do Ibama. Isso nos permite dar continuidade ao nosso trabalho de exploração mineral, sempre respeitando o meio ambiente e seguindo todas as normas e regulamentações necessárias”, afirma Dutra.
Com a autorização, a empresa poderá extrair até 6 milhões de toneladas por ano de minério de ferro da Mina de Santa Cruz e 3 milhões de toneladas por ano da Mina de Urucum. Além disso, a mineradora também poderá extrair 1 milhão de toneladas por ano de manganês da Mina de Urucum. Ao todo, a empresa tem autorização para processar 10 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e manganês. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destaca a ampliação da produção e o esforço da empresa em promover uma mineração sustentável e responsável. Ele salienta que a obtenção das licenças do IBAMA é um importante reconhecimento da dedicação da empresa em preservar o meio ambiente e garantir a segurança das comunidades locais.
“É fundamental destacar que a mineração deve ser realizada de forma consciente, respeitando a natureza e as populações que vivem ao seu redor. O Pantanal sul-mato-grossense é um patrimônio natural do nosso país e deve ser preservado a todo custo”, reafirmou o secretário.
Destinos
A MCR irá extrair milhões de toneladas de minério de ferro e manganês, que serão transportadas para diversos destinos, como as regiões produtoras de aço do Brasil e outros países da América do Sul, Ásia, Europa e América do Norte. Por isso o Governo do Estado busca agilizar ações para ter uma infraestrutura logística eficiente e diversificada, que permita o transporte desses minerais de forma segura e sustentável.
“Nesse sentido, estamos buscando junto ao Governo Federal, recursos para a hidrovia do Paraguai e para Rodovia BR 267 principalmente. Além disso, o transporte por ferrovias é uma opção que deve ser cada vez mais explorada, pois é uma alternativa mais segura e econômica para o transporte de grandes quantidades de minério, onde podemos alcançar os maiores Portos Marítimo do Brasil”, lembrou Verruck.
O transporte por hidrovia, conforme o secretário, é uma alternativa que tem se mostrado muito eficiente na região, permitindo o escoamento do minério de forma mais rápida e com menor impacto ambiental, para isso estamos buscando junto ao Ministério de Transporte (DNIT), projetos e recursos, para podermos navegar com maior segurança e agilidade.
O coordenador de Mineração da Semadesc, Eduardo Pereira, informou que o maciço de Urucum, localizado em Corumbá e Ladário, é um dos mais importantes jazimentos de minério de ferro e manganês do Brasil e do mundo. Sua exploração teve início no ano de 1906, na Compagnie d’Urucum, com sede em Ougreé, Província de Liége, na Bélgica, quando foram descobertas as primeiras reservas minerais de ferro e manganês na região.
Desde então, o maciço de Urucum tem sido explorado por diversas empresas, contribuindo significativamente para a economia regional e do país, na produção de aço da indústria siderúrgica. O minério de ferro extraído em Urucum é considerado de alta qualidade pela indústria, com teor de ferro que varia de 62% a 67%, o que permite a produção de aço com alto valor agregado.
Além disso, a região também é rica em manganês, com reservas que ultrapassam 500 milhões de toneladas. O manganês extraído em Urucum é de alta pureza e é utilizado na fabricação de ligas metálicas, na produção de pilhas e baterias, entre outros usos.
Pereira ressaltou a importância da ampliação na produção de minério por parte da MCR. “É muito importante ressaltar que, além da preocupação com a sustentabilidade e com a preservação ambiental, a empresa também tem um papel fundamental na movimentação da economia local e regional”, acrescentou.
Ferrovia
Segundo o secretário Jaime Verruck, a retomada das discussões sobre a concessão da Malha Oeste também abre novas perspectivas para o setor de mineração. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) abriu, na segunda-feira (10), consulta pública para receber contribuições para o projeto de concessão da Malha Oeste, ferrovia que vai ligar Mato Grosso do Sul a São Paulo.
“Estamos confiantes com a nova rodada de Audiências Públicas, Com a expansão da malha ferroviária no Brasil, esperamos que a MCR, e outras mineradoras como a MMP Participações, 3ª Mining e a Vetorial, além das Empresas de Ferro Gusa de Corumbá, Aquidauana e Ribas do Rio Pardo, possam contar com essa opção de transporte para garantir a eficiência e a segurança no escoamento dos seus minérios”, concluiu Verruck.
Rosana Siqueira, Semadesc
Foto: Chico Ribeiro