O inverno começa oficialmente nesta quinta-feira (19), mas a estação mais fria do ano deve sentir os impactos das mudanças climáticas. Em Mato Grosso do Sul, a previsão aponta para dias mais quentes do que a média, aliado à estiagem severa e a consequente alta possibilidade de incêndios florestais.
As principais características do inverno são os dias mais frios, com pouca chuva e mais curtos, com amanhecer mais tarde e anoitecer mais cedo. Porém, assim como as estações vivenciadas recentemente, o inverno também deve ser bem atípico em Mato Grosso do Sul.
Prognóstico do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) aponta para uma estiagem ainda mais severa no próximo trimestre, com chuvas ainda mais baixas do que 300 milímetros esperados na região sul do Estado. Além disso, o calor deve permanecer em todo o Estado, com temperaturas máximas na casa dos 30°C.
Ainda não há previsão de frentes frias significativas, apesar da incidência do fenômeno La Niña, que deve vigorar no próximo trimestre. A La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do oceano Pacífico, que gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica que impactam nas chuvas. A atuação do fenômeno pode favorecer as massas de ar frio, mas não é a única forçante climática que determina as condições gerais do clima.
Período crítico para incêndios florestais
E com o clima quente e ainda mais seco do que o normal para o período, resultado já é visto no Pantanal, com o aumento expressivo de focos de incêndios florestais. Em 18 dias de junho, Mato Grosso do Sul registra 1.479 focos de incêndio, recorde histórico para o período.
E junho nem é considerado a pior época para os incêndios, que costumam se intensificar entre junho e setembro. O Cemtec-MS alerta para uma intensificação dos níveis de alerta da previsão de probabilidade de fogo.
“Essas condições meteorológicas previstas tornam o ambiente propício para ocorrência de incêndios florestais”, afirma.
O que é o solstício de inverno?
O termo “solstício” tem origem no latim e significa “sol parado”. Os astrônomos antigos notaram que, ao observar a trajetória do Sol no céu, sua posição ao meio-dia variava até atingir um ponto máximo e parecer “parar”. Esse fenômeno ocorre duas vezes ao ano: no solstício de verão e no solstício de inverno.
“As estações do ano acontecem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também devido à sua translação em torno do Sol. O início das estações do ano está associado aos solstícios (inverno e verão) e aos equinócios (outono e primavera)”, explica a Dra. Josina Nascimento, astrônoma do ON/MCTI (Observatório Nacional – uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).
FONTE: Midiamax
IMAGEM: Ana Laura Menegat
20/06/2024