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Economia de Mato Grosso do Sul cresce acima da nacional pelo 3º ano consecutivo

Pelo terceiro ano consecutivo, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos, de Mato Grosso do Sul deve crescer bem acima da média nacional.

Enquanto o governo federal estima crescimento de 3,2% para o Brasil neste ano, a perspectiva local é de que o PIB do Estado cresça 5,82%.

Os dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) apontam que MS cresceu 6,6% no ano passado e 4,6% em 2022, médias acima da nacional. 

De acordo com o titular da Semadesc, Jaime Verruck, o mais importante a destacar, no dia em que MS completa 47 anos é que, atualmente, o Estado chega a ter a maior participação no PIB nacional. 

“Aos 47 anos, Mato Grosso do Sul chega à maior participação do PIB no indicador nacional, com 1,7%, a maior participação que nós já tivemos ao longo da história de avaliação do PIB. Isso decorre, essencialmente, da expansão e da diversificação do agro do Estado e da expansão da agroindústria”, destaca o secretário, em entrevista ao Correio do Estado. 

O professor de Economia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Mateus Abrita destaca que o Estado tem conseguido um bom desempenho econômico nos setores que já têm bastante vantagem competitiva, principalmente o agronegócio.

 “Além disso, tem buscado agregar valor a essa produção por meio da atração de novos investimentos industriais. Acredito que o grande diferencial em relação à média brasileira é justamente em decorrência desses novos investimentos”, avalia. 

Produção

O mestre em Economia Eugênio Pavão corrobora com a narrativa de “agregação de valor” da produção da agropecuária local. “Podemos dizer que Mato Grosso do Sul está em um processo de interiorização da produção”. 

Conforme publicado pelo Correio do Estado na edição de 1º de outubro, além de estar entre os maiores produtores de soja, hoje Mato Grosso do Sul se consolida como o sexto maior parque industrial de processamento da oleaginosa no Brasil, com capacidade de processar 18.080 mil toneladas diárias.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), MS já responde por aproximadamente 8% de toda a capacidade de processamento de oleaginosas do País.

O rebanho bovino aumentou no ano passado. Após seis anos em queda, houve uma leve alta de 2,5% no plantel de gado, saindo de 18,433 milhões de cabeças, em 2022, para 18,891 milhões, em 2023, conforme a Pesquisa da Pecuária Municipal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas há um encolhimento nos últimos anos, porque atualmente o foco está na qualidade da carne comercializada, e não mais na quantidade de cabeças de gado produzidas.

“MS praticamente não manda mais gado em pé para fora, é tudo feito aqui. A industrialização de aves, suínos, piscicultura, que eu chamo de um estado multiproteína se consolidando.

Quando a gente olha na produção de soja, o Estado ainda é um exportador, mas a gente tem uma indústria consolidada em ampliação. A exportação de milho deixa praticamente de existir com a vinda da empresa de etanol de milho.

Então, tudo aquilo que a gente preconizava, não um Mato Grosso do Sul celeiro, mas, sim, um produtor de produtos industrializados, está se consolidando aos 47 anos”, analisa Verruck. 

Muito desse crescimento estadual se dá em decorrência dos investimentos no setor da silvicultura também, conforme citado na página 5. Os investimentos no setor devem ultrapassar os R$ 70 bilhões nos próximos anos. 

E ainda há o destaque para o investimento público estadual e federal. 

“MS também tem se destacado como um estado que tem uma taxa de investimento pública entre as mais altas do País. Infelizmente, o Brasil vem sofrendo com a diminuta taxa de investimento público, mas aqui no MS a realidade é positiva”, finaliza Abrita.

Futuro

Para o futuro de Mato Grosso do Sul, a expectativa é de continuar crescendo. Por ser um estado ainda muito jovem, os especialistas acreditam que há muito para ampliar em todos os setores da economia. 

Pavão ressalta que a Rota Bioceânica trará muitos negócios para o Estado, além da ampliação dos já existentes. Estimativas iniciais apontam que apenas o funcionamento do corredor que ligará os oceanos Pacífico e Atlântico deverá movimentar mais de R$ 1,5 bilhão na economia estadual.

Outro fator é a retomada e conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas.

“A fábrica de fertilizantes será uma obra importante para consolidar a agregação de valor à economia, com a redução das importações de produtos da Rússia, da Ucrânia, etc.

Outra oportunidade seria a indústria siderúrgica, que, apesar dos altíssimos investimentos e custos operacionais, poderia agregar ganho nas exportações para a China.

Esse projeto está previsto, mas não vingou por questões de encolhimento econômico do grupo que propôs a ideia”, ressalta o economista.

Eugênio Pavão ainda denomina que o Estado é uma “ilha de prosperidade no Brasil”, graças à atração de investimentos: “Investimentos de 10% trazem retornos de 20%, 30% ou mais taxas de crescimento”.

Verruck também reforça que os investimentos públicos e privados em Mato Grosso do Sul garantem para os próximos quatro anos um crescimento na atividade econômica. 

“O Estado deve continuar crescendo com a diversificação da produção agrícola, com a entrada da laranja, com forte crescimento da irrigação, permitindo uma terceira safra e aumento de produtividade.

Uma ocupação de 4 milhões de hectares de áreas degradadas, que serão distribuídos entre agricultura e floresta. E ainda a expansão dos negócios e a consolidação de todo o processo da industrialização e da agroindustrialização.

 Nós precisamos chegar a 2032, quando acaba toda a política de incentivos fiscais baseada em ICMS, com uma estrutura bem consolidada”, diz o secretário. 

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