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Coronavírus é mais perigoso que gripe suína, mas menos letal que Sars

Um novo tipo de coronavírus, que já deixou dezenas de mortos e milhares de infectados, tem apresentado focos pelo mundo e pode ter chegado ao Brasil, que já possui três casos suspeitos. Com características de proliferação de uma gripe, o vírus, é mais preocupante, por exemplo, do que o H1N1, conhecido como gripe suína, mas menos letal que o Sars, segundo especialista ouvida pelo UOL. Por ser uma mutação nova, ainda se sabe muito pouco sobre o 2019-nCoV, como é conhecido o coronavírus. Mesmo assim, ele tem ficado no foco de análises, que o comparam a casos passados.

A família coronavírus chamou atenção do mundo nas duas últimas décadas com duas epidemias: do Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa), que matou 774 pessoas e infectou mais de 8 mil em 2003; do Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que matou 858 de apenas 2.500 pessoas infectadas em 2012 no Oriente Médio; Em uma análise com os dados disponíveis sobre o coronavírus, a infectologista Rosana Ritchmann, do Departamento de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, diz que ele tem se mostrado menos letal que outros, mas é preocupante por mostrar uma capacidade de proliferação muito maior, tendo em vista o número de casos de infectados. Até o momento, há confirmação de pouco mais de mais de 130 mortes em um universo de cerca de 5.500 infectados na China, onde começaram os primeiros relatos.

A especialista diz que “o que está chamando atenção é a transmissão de pessoa para pessoa”. “A elevação diária de números relatados é grande, e a disseminação para outros países tem sido muito rápida”, aponta Ritchmann. Ele está se comportando muito mais como um vírus da gripe, um influenza, do que um coronavírus Rosana Ritchmann, infectologista Por seu comportamento, o coronavírus é mais preocupante, por exemplo, que o H1N1, a gripe suína, diz a especialista. “O risco por morte com H1N1 é bem menor do que o [novo] coronavírus.” Ritchmann explica que o coronavírus tem se proliferado antes de aparecerem os sintomas, o que dificulta no combate e no isolamento. “A transmissão é por via respiratória. A gente precisa conhecer melhor, mas estima que o período de incubação [sem mostrar sintomas] seja de dois dias a uma semana. Isso significa que muitos casos ainda vão aparecer na China até que haja uma estabilização”, avalia. Apesar da proliferação rápida, a especialista aponta que o número de mortes por coronavírus é inferior ao registrado por outros vírus. “O Sars chegou a cerca de 10% [de mortes], enquanto o Mers levou a óbito por volta de 35% dos infectados no Oriente Médio, é muito alto”, afirma. “O atual [coronavírus] tem uma capacidade muito menor [até o momento, cerca de 3%].

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