A vestimenta térmica, guardada nos quartéis para ser usada em situações de mergulho, agora está no corpo de bombeiros militares sul-mato-grossenses, os quais enfrentam baixas temperaturas e já salvaram a vida de 700, entre pessoas e animais que enfrentam as enchentes no Rio Grande do Sul. A contabilização foi divulgada pelo capitão Eduardo Tracz, que faz parte da “segunda leva” enviada ao estado gaúcho. A primeira equipe, de resgate e salvamento, trabalhou por 10 dias ininterruptos e deve ser recepcionada na noite desta quinta-feira (16).
“Estamos nessa segunda força-tarefa, aqui no Rio Grande do Sul. A equipe está usando a EPI [Equipamento de Proteção Individual], um macacão de neoprene específico para mergulhos e em operações, por ser térmica. Neste momento, estamos retornando para abastecer o barco e continuar o trabalho. A primeira leva estava com militares, incluindo um oficial médico. E nessa segunda etapa continuamos salvando muitas pessoas e animais ilhados”, contou Tracz ao Jornal Midiamax.
De acordo com o capitão, a primeira turma chegou “no olho do furacão”. No entanto, situação inusitada fez os bombeiros retomarem as buscas. “A gente deveria estar no meio-termo, principalmente porque a água abaixou. Só que, com isso, muitas pessoas voltaram para suas casas, com medo de saques, tanto é que estamos aqui acompanhados da Força Nacional. E aí começou muita chuva de novo. A água subiu um a um metro e meio e aí muita gente ficou novamente ilhada”, explicou.
Desta forma, as equipes passaram a fazer novos resgates. “Passamos o dia todo rodando e já teve casos de sermos acionados de madrugada. Tem muitos animais ariscos ainda, no primeiro momento. E com isso a gente leva água e alimentos, então, assim, é um trabalho bastante difícil e está muito frio aqui no Rio Grande do Sul. O sul-mato-grossense não está muito acostumado, porém, a missão é nobre e todos nós a enfrentamos para salvar vidas”, argumentou o capitão.
Entre os animais, Tracz fala que já retiraram gatos, cachorros, passarinhos e coelhos. “A gente tem que ir de casa a casa e alguns são mais dóceis e outros mais agressivos. E aí nós enviamos para os abrigos. O bacana é que tem ração e roupas para eles. As doações estão chegando, é nítido, isso é louvável a atitude de todos os brasileiros, em especial os sul-mato-grossenses se mobilizando para que as doações cheguem. E, de fato, estão chegando. E as equipes não vão parar, enquanto tiver vida a gente está disponível”, finalizou.
Leia aqui o depoimento dos militares de MS que estiveram anteriormente no RS:
Bichos nos telhados e 40 horas sem dormir: bombeiro de MS relata rotina de resgates no RS
FONTE: Midiamax
16/05/2024
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