No mês em que se comemora o cooperativismo, Mato Grosso do Sul colhe os resultados de ter um “DNA cooperativista”, que prega união, inclusão e prosperidade na economia. Para isso, o segmento que gera 13 mil empregos, distribuídos por 126 cooperativas virou foco de 50% dos investimentos feitos nos últimos anos.
Somente os projetos em andamento chegam a quase R$ 3 bilhões. Somente nestes últimos meses foram inaugurados entrepostos de grãos, granjas de suínos de alta tecnologia e sustentabilidade, e lançadas indústrias de esmagamento de soja e processamento de amendoim.
“Mato Grosso do Sul está buscando a industrialização de grandes cadeias produtivas. Isto se faz com capacidade de investimento do Estado. Vamos gerir com responsabilidade, pensando nas pessoas, em parceria com capital privado”, explica o governador.
A fase positiva do setor é destacada também pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
“O Estado virou um polo de atração de grandes empreendimentos de cooperativas principalmente do Paraná. Isso mostra a credibilidade dos investidores nas políticas para o setor e a atratividade do Estado, grande produtor de matérias-primas. Os novos investimentos geram crescimento, oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico”, enfatizou.
De acordo com o secretário, um dos motivos seria a força de políticas públicas e programas voltadas para o segmento. “O Governo do Estado tem um olhar muito especial para os investimentos no cooperativismo. E esse olhar tem dado certo. Nós temos conseguido fazer uma expansão da estrutura de cooperativismo forte”, comentou.
Desde 2020, o PROCOOP (Programa de Fortalecimento do Cooperativismo Estadual), tornou-se política pública de fomento de um ambiente favorável ao desenvolvimento e fortalecimento das cooperativas em Mato Grosso do Sul.
Entre as medidas citadas para o crescimento e amadurecimento de investimentos do cooperativismo no Mato Grosso do Sul, o secretário cita o direcionamento de mais recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para as cooperativas.
“Este montante era zero e mediante reuniões estipulamos que 10% do valor total do FCO deve, obrigatoriamente, ir para o sistema cooperativo”, lembrou.
Outra conquista importante foi a ampliação da participação da OCB nas questões tributárias.
“Tínhamos dois compromissos importantes com a OCB/MS, o primeiro era que a instituição pudesse ter uma cadeira no TAT, o Tribunal Arbitral Tributário do estado, para defender suas cooperativas, isso foi executado e hoje a OCB tem dois profissionais indicados para fazer a defesa de segunda instância de toda a questão tributária do Estado. A segunda demanda era que a OCB/MS tivesse uma cadeira na Jucems, para que quando fosse registrado uma cooperativa no Estado, os técnicos da instituição poderiam verificar e orientar. Isso também foi feito, a OCB/MS tem uma cadeira na Junta Comercial”, acrescentou.
Caminho para a agroindustrialização
O cooperativismo evoluiu para a agroindustrialização em Mato Grosso do Sul. Prova disso foram os recentes investimentos lançados. Um deles é da Copasul que com investimentos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, lançou a pedra fundamental da Unidade Industrial de Processamento de Soja, em Naviraí e a ampliação da nova fiação de algodão.
Do montante R$ 1,4 bilhão serão investidos na construção das estruturas e ampliação da capacidade de armazenamento de grãos para atender a própria demanda. A meta é que a fábrica esteja operando em dois anos.
A fábrica vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando a indústria estiver em pleno funcionamento, o que representa renda, em salários, da ordem de R$ 4,2 milhões por ano. O empreendimento deve adicionar, ainda, R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.
O valor restante de quase R$ 100 milhões será na Fiação II, uma ampliação da indústria que opera na cidade há 27 anos. A planta tem capacidade para aumentar em até 2 mil toneladas a produção mensal de fios da empresa. Isso representa um crescimento de 15% na produção atual da cooperativa. Do total de recursos, R$ 70 milhões foram obtidos junto ao FCO com apoio do Governo do Estado por meio da Semadesc.
“Esse olhar, no caso da Copasul, é uma demonstração da economia estadual. Primeiro, da expansão agrícola, o estado de Mato Grosso do Sul, o único estado que em oito anos incorporou o processo agrícola a áreas de pastagem de um milhão e meio de hectares, isso não se fez isso ao longo dos últimos 20 anos. E o Mato Grosso do Sul finaliza esse ano uma safra, uma área recorde de 4 milhões de hectares de soja e uma safra recorde de 15 milhões de toneladas. E vamos repetir isso agora no milho. Nós temos já uma projeção, vocês podem ter certeza, Mato Grosso do Sul será um Estado com 5 milhões de hectares de produção agrícola entre soja e milho”, afirmou Jaime Verruck.
“É uma alegria estar neste dia de celebração, no lançamento de um empreendimento como este que impacta na vida das pessoas e de toda região. Houve aqui um esforço concentrado para chegar neste momento. São ações como estas que fazem toda diferença no futuro do Estado”, afirmou o governador durante seu momento de fala no evento.
Sustentabilidade
Entre os projetos de sustentabilidade a suinocultura se destaca. Em Sidrolândia, a Cooperalfa de Santa Catarina inaugurou em maio, uma Unidade de Produção de Leitões da Cooperalfa. O investimento foi de R$ 140 milhões de investimentos e tem capacidade para cinco mil matrizes com previsão de produzir cerca de 500 leitões/dia. Já em Rio Negro, foi implantada uma granja de suínos.
Além deste projeto, as indústrias da Seara/JBS em Dourados estão prevendo a ampliação para 10 mil cabeças por dia da capacidade de abate de suínos; enquanto a Aurora, em São Gabriel do Oeste estima incremento na expansão do abate de 3,2 mil para 6 mil animais por dia no frigorífico.
Já a cooperativa Coperdia, vinculada ao Grupo Aurora, e já instalada no município de Jaraguari, irá fazer um aporte de R$ 100 milhões na instalação de 31 granjas de terminação de suínos com mais de mil animais cada um e pelo menos cinco ciclos ao ano.
A Cooasgo está construindo uma fábrica de rações e ampliando sua base de produção com investimentos próximos a R$ 100 milhões. Este conjunto de investimentos em toda a estruturação da cadeia produtiva de suinocultura faz parte da visão estratégica do Governo. “O setor beneficia vários municípios e produtores do Estado, aumentando o reposicionamento estratégico do Mato Grosso do Sul na cadeia de produção de suínos”.
Coamo investe em entrepostos de grãos
No início de julho a Coamo inaugurou dois entrepostos de grãos no Estado: um em Rio Brilhante e um Ponta Porã. O novo entreposto da Coamo em Rio Brilhante conta com quatro silos com capacidade para 170 mil sacas cada, totalizando mais de 40.000 toneladas de produtos armazenados, com 3 moegas, 2 tombadores bitrem, armazém de insumos com 4 mil m² e escritório administrativo/operacional com pré-classificação.
Nesta safra 2022/2023 a Coamo recebeu volume superior a 1,3 milhão de sacas de soja dos produtores da região de Rio Brilhante. Com a inauguração das unidades de Rio Brilhante e Ponta Porã, entre entrepostos e a indústria produtora de farelo e óleo de soja em Dourados, já são 19 unidades da cooperativa que já está em atuação há 19 anos em Mato Grosso do Sul. O montante investido chega a R$ 200 milhões nos dois projetos.
Para o Presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari “as duas novas unidades são de primeiro mundo e vêm ao encontro da Coamo de estar cada vez mais perto dos seus cooperados. Teremos aumento no número de cooperados e os benefícios do pacote de serviços que a Coamo leva com desenvolvimento técnico, educacional e social. E também informações com condições mercadológicas e novas formas de fazer negócios com estrutura para apoio na cadeia de produção”, destaca.
O empreendimento em Ponta Porã é composto por quatro silos com capacidade de 170 mil sacas cada, totalizando mais de 40 mil toneladas de produtos armazenados, com três moegas, dois tombadores bitrem, armazém de insumos com 4 mil metros quadrados e escritório administrativo/operacional com pré-classificação.
Cocamar abre loja em Campo Grande
A Cocamar também inaugurou loja em Campo Grande. A unidade tem 9 colaboradores, incluindo dois consultores técnicos, e está localizada na Rua Coxim 4.111, em frente ao Assai da Av. Coronel Antonino. Segundo o titular da Semadesc, com a loja a Cocamar amplia sua presença no Estado onde já atua desde 2014.
Atualmente, além da loja em Campo Grande, e das estruturas de Chapadão do Sul e Itaquiraí (abertas respectivamente em junho de 2022 e janeiro de 2023) as demais unidades da cooperativa estão localizadas em Nova Andradina, Ivinhema e Naviraí.
“Cocamar é uma cooperativa que já atua em Mato Grosso do Sul na recepção de grãos com excelentes resultados. Iniciou em Nova Andradina, recentemente inaugurou em Itaquirai e está terminando uma unidade em Ivinhema”, destacou o titular da Semadesc.
Ele ainda lembrou que este é mais um resultado positivo do Procoop, atraindo mais um empreendimento para a Capital que não está no foco de implantação de cooperativas. Com esta loja ficou muito claro que a Cocamar pode avançar em estrutura de armazenagem também na região e no processo de industrialização dos grãos”, avaliou.
Casul em Bataguassu
A soja, que até então reinava soberana na linha dos investimentos agora terá um parceiro. Mato Grosso do Sul terá sua primeira indústria de beneficiamento de amendoim.
Após as negociações intermediadas pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc, a cooperativa Casul formalizou à Prefeitura de Bataguassu o pedido de doação de uma área de 60 mil metros quadrados para a instalação de uma unidade industrial de secagem e beneficiamento de amendoim e de soja, com investimento de R$ 117,52 milhões.
A indústria começa a ser construída em 2024 e deve entrar em plena operação até 2028, com geração de ao menos 200 empregos no município.
Os investimentos da Casul para ampliação de sua atuação em Mato Grosso do Sul já foram aprovados em assembleia. A cooperativa já conta com uma loja de insumos em Paranaíba e em Bataguassu. A indústria começa a ser construída em 2024 em uma área de 60 mil metros quadrados doada pela prefeitura e deve entrar em plena operação até 2028, com geração de ao menos 200 empregos no município.
“Hoje existem duas revendas da Casul no Estado, uma em Bataguassu e outra em Paranaíba. Agora a cooperativa vai montar indústria de processamento de amendoim e também de soja. A ideia é que até janeiro 2024 eles já tenham uma parte de recepção de soja, que eles vão fazer, que é um insumo que eles precisam. A partir daí, começa a construção da fábrica de beneficiamento e, consequentemente, já fazer o recebimento de amendoim”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
A Casul é hoje a terceira maior empresa na produção de amendoim e na exportação de óleo de amendoim para 14 países. A cooperativa estima faturar esse ano, cerca de R$ 1 bilhão no complexo como um todo.
Rosana Siqueira, Comunicação Setescc
Fotos: Saul Schramm
Deixe uma resposta