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Recomeços: programa do Governo de MS prevê pagamento de ‘aluguel social’ para vítimas de violência doméstica

Situações de risco para mulheres vítimas de violência sempre estiveram no radar do Governo de
Mato Grosso do Sul, que ao longo dos anos elaborou e implementou diversas ações visando
combater e mitigar o problema. Agora, mais uma iniciativa visa ampliar o acolhimento público
oferecido a essas mulheres e seus dependentes: o programa Recomeços.

Construído pela Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos), o Projeto de
Lei para instituir a iniciativa já foi enviado à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul),
onde os deputados estaduais apreciam e autorizam a sua criação.

De acordo com o texto do programa, será concedido auxílio aluguel para mulheres vítimas de
violência doméstica e que, em decorrência da violência sofrida, estejam em situação de acolhimento
na Casa Abrigo para Mulheres. Esse auxílio terá duração de seis meses, podendo ser prorrogado por
mais seis se houver parecer social para tal.

O valor do ‘aluguel social’ será de um salário mínimo nacional vigente, a ser creditado diretamente
na conta bancária em nome da vítima. Também existe a possibilidade de oferecimento de quatro
salários mínimos, em parcela única, após desenvolvimento de parecer social. A quantia deve ser
usada para a compra de mobiliário e utensílios domésticos.

“O programa Recomeços poderá garantir às mulheres em situação de violência doméstica e familiar
a possibilidade de buscar apoio do Poder Público para a sua independência pessoal e financeira”,
frisa trecho do texto assinado pelo governador Eduardo Riedel e enviado aos deputados estaduais. O
documento foi protocolado na tarde de sexta-feira (21).

Além das mulheres vítimas de violência, filhos e dependentes de vítimas de feminicídio também
podem ter acesso ao benefício do Recomeços, desde que tenham menos de 18 anos de idade.

Eles devem apresentar situação de vulnerabilidade econômica no requerimento feito pelos seus
representantes legais, comprovando a guarda dos mesmos, ainda que temporária.

“Nessa perspectiva, verifica-se que o Estado de Mato Grosso do Sul com a instituição do programa
Recomeços possui condições de avançar numa política social de promoção da segurança e do bem-
estar das mulheres vítimas de violência doméstica e dos filhos das mulheres vítimas de feminicídio”,
conclui o texto do projeto a ser apreciado na Assembleia Legislativa.

Autores, coautores e partícipes do crime de feminicídio que resultou na situação a ser atendida pelo
programa Recomeços estão vedados de receber o auxílio. As vítimas que receberem esse suporte terão o benefício cancelado apenas se voltarem ao convívio do agressor ou se os efeitos da medida
protetiva forem cessados, em caso de retratação da vítima.

Outras medidas já em prática

Diversas medidas já foram tomadas pelo Governo do Estado para combater a violência doméstica e
dar suporte para as mulheres vítimas desse crime em Mato Grosso do Sul. Nos últimos oito anos, por
exemplo, cerca de 11 mil agressores foram monitorados e 1,3 mil vítimas receberam o botão do
pânico, dentro das ações do programa Promuse (Programa de Monitoramento e Proteção das
Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar), da Polícia Militar.

Os agressores são monitorados em tempo real com tornozeleiras eletrônicas que emitem alertas
automáticos em caso de violação das condições estabelecidas. Se um monitorado se afastar de áreas
restritas ou tentar remover o dispositivo, o sistema gera alertas imediatos.

Além do monitoramento eletrônico e apoio do Promuse, a Sala Lilás – espaço dedicado ao
atendimento das vítimas dentro das delegacias – também se mostra ponto crucial para garantir que
as necessidades das mulheres sejam atendidas de maneira sensível e eficaz.

Presente em 48 cidades sul-mato-grossenses, a iniciativa da Salas Lilás deve ser expandida para até
76 municípios onde não há Casa da Mulher Brasileira ativa ou em processo de implantação. O
objetivo é oferecer um lugar de acolhimento e atendimento humanizado, buscando quebrar o ciclo
de violência e dar nova vida às vítimas.

Nyelder Rodrigues, Comunicação Governo de MS
Fotos: Bruno Rezende/Secom/Arquivo

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